domingo, 20 de abril de 2008

Criação da orbe: Caos e Ordem


"No início, o Supremo criou a existência. Porém, em tudo que concebeu notou a dualidade e, observando aquilo tudo, decidiu-se por dividir. Nasciam, na Orbe, Caos e Ordem, os novos deuses da existência, os quais batalhariam através dos milénios pela supremacia..." (Cristiano Oliveira, 2004, 3ª edição)

1. Pressupõe-se o nada como não existência, mas o nada não é real, o caos é real e existe. De entre teorias criacionistas, evolucionistas, miticas, religiosas, parece ser comum a ideia de um inicio surgido da ordem imposta no caos, (do grego kháos: imensidade do espaço; do latim chàos: confusão, mistura confusa dos elementos, os infernos,escuridão, trevas).


2. O modo como concebemos a ordem e o caos não é só um resultado da nossa perspectiva perante a vida, nem dos acontecimentos que neste ciclo ocorrem, mas essencialmente dos valores que são basilares para nós. Ora pensa: o que é mais importante para ti? Tu, os teus amigos, o teu carro, a tua família, o teu gato, o teu bloco de notas? O que te confere ordem ou caos? E caos na ordem? O que buscas? O que causas? A necessidade de ordem ou de caos ou de ambos surge de onde? Como geres a co-existencia destes deuses em ti?

2 comentários:

nio disse...

" Cayó el libro que siempre
se toma en el crepúsculo,
y como um perro herido rodó
a mis pies mi capa.
Siempre, siempre te alejas
en las tardes
hacia donde el crepúsculo
corre borrando estatuas"
Pablo Neruda in" el conhecimento"
É neste contexto que retoco um pouco do meu participar nesta viagem azteca, neste forte mundo de busca, vida e sacrifício.
Todos os seres humanos nascem no palco da vida, seguidos de ritos, mistérios, obrigações,cultos, evolução e conhecimento, mas sempre com duas regras fundamentais e as quais inconscientemente devemos a nossa existência; eis a regra da vida, dizer o que sentimos sentindo o que dizemos, e só desta forma poderemos sentir o acto de o ter realizado de uma forma harmonica e apaixonada, tal como um iniciado vive quando busca e encontra e o vive. É neste ponto que rendo aos grandes misterios do Povo Azteca aqui partilhado, demonstrando toda a sua coragem, uniao, força,trabalho, coragem, devoçao, crença, abdiência e sacrificio, para viverem e buscarem assim a sua evolução juntamente com o conhecimento que daí adquirirem.Coloco-me desdse algum tempo esta questao ao meu mais profundo ser, e partilho contigo hoje, visto banhar as mesmas areis das buscas azetecas; estaremos hoje, cerca de 5séculos depois deste grnde RUBI de civilizaç
ão prontos para lutar pelos nossos sentimentos mais nobres enquanto subjugados pela sociedade, ou o ser humano, não aproveitou esta evoluçaõ para sentir, vivenciar e "subir" o próximo patamar????!!Será que um sentimento sentido tem mais intensidade quando sentido e colocado na acção com sentimento e responsabilidade, ou essa ferramente ainda nao esta bem limada em nós.
Agradeço a partilha do conhecimento e vivencia Azteca da nossa colega..
ass. NIO

soy yo disse...

Poder ler alguém que cita Neruda, como comentário ao blog, é como dizê-lo, algo de dignificante:-)...Falas do peso da sociedade na aniquilação dos sentimentos, seremos assim tão culturamente permeaveis? E os valores que temos que nos permitem ter esses nobres sentimentos que falas, não foram também mediados culturalmente? Quanto à responsabilização, e por que não responsabilizarmos pelo menos a consciencia do que sentimos? será assim tão pesado ou pelo contrário tornar-nos-á mais leves?
Vai passando, espero ver-te por cá mais vezes....